Há mais de dez mil anos, os Precursores governavam o que veio a ser conhecido como Novo Mundo. Eram arrogantes, ainda que com motivo, pois dominavam grande magia e poderosa tecnologia. Nada disso os salvou do Cataclismo que redesenhou o continente, mas ofereceu a alguns deles uma chance de salvação. Arigoz foi um desses sobreviventes, ainda que não possa mais ser chamado Precursor. No passado distante, ele era o Barão Uril, um negromago talentoso que trabalhava nos limiares do Império Precursor. Durante os estudos, ele se deparou com registros de seres desaparecidos que eram tão antigos para ele e seus compatriotas quanto os Precursores são para nós. Diz-se que eram dotados de força sobrenatural, imortalidade e magias de trevas, tudo pelo mero preço de uma vida nas sombras, forçados a renegar a luz e beber o sangue de seres inferiores. O Barão Uril achou o relato fascinante, mas pouco mais que uma curiosidade… até que os céus se rasgaram e a terra tremeu. Ao perceber que o fim estava próximo, que restavam apenas ruína e desgraça para ele e o povo dele, Uril se lançou nas anotações, trabalhando fervorosamente para decifrar os segredos da raça perdida conforme o apocalipse se aproximava. No fim, o posto distante lhe deu o tempo necessário, por estar tão longe do epicentro do desastre. Depois de decifrar os encantamentos apropriados, o barão desesperado lançou o feitiço roubado instantes antes da chegada da destruição, trocando a humanidade pela imortalidade que lhe permitiria sobreviver. Ao fazê-lo, deixou para trás a carne mortal e se tornou um vampiro primevo, uma criatura de sangue e treva e, nos milênios corridos desde aquele dia, Uril se tornou imenso e aterrorizante de fato. Agora… esse pode ser o fim da história e, certamente, conhecer a história de Arigoz é portar conhecimento aterrorizante, mas a verdade mais sombria e insidiosa que nem o pobre Barão Uril desenterrou é que essa “raça ancestral” da qual ele roubou o conhecimento nunca desapareceu. Eles estão ao nosso lado ainda agora, predando a civilização das sombras com muito mais astúcia do que o ensandecido Arigoz poderia imaginar.